terça-feira, 3 de agosto de 2010

A hora do labor

Escrever é uma atividade maravilhosa que eu normalmente não consigo realizar com a tranquilidade e o conforto desejados, e, preciso dizer, se eu fosse realmente esperar por isso, não teria produzido nem mesmo 1/5 de tudo o que já escrevi até hoje.

A hora que eu paro para escrever, claro, respeitando as limitações impostas por compromissos pessoais e profissionais que requerem a devida atenção, é qualquer hora do dia ou da noite, faça sol, chuva, frio ou calor, com ou sem inspiração, e independentemente do lugar em que estou.

O livro “Demetrius – Um coração grego”, por exemplo, teve grande parte de seu conteúdo escrito, num primeiro momento, em um PDA. Não importava onde eu estivesse, quando as ideias começavam a fervilhar, eu pegava o aparelho e começava a escrever nele sem parar; podia estar em uma condução, no shopping, na hora do almoço, enfim, era tudo registrado ali para depois ser aprimorado e revisado no computador.

Outro recurso a que tenho recorrido é o gravador de voz, item importantíssimo que anda sempre comigo para que eu possa registrar detalhes que me vêm à cabeça ao longo do dia. Quando estou em algum local público, muito movimentado, dou um jeito de encontrar um canto mais sossegado para fazer minha anotação de voz.

Particularmente, prefiro usar o PDA, porque depois a transferência das ideias já em texto é uma grande mão na roda. Não obstante, sinto-me mais confortável mantendo o gravador sempre por perto.

Justiça seja feita, o gravador de voz vem sendo mais usado em minhas raríssimas caminhadas pela praia: caminhar, pensar, refletir e gravar. É, na praia o PDA não tem vez... Hoje em dia eu já tenho tantas anotações de voz que suspeito não ser capaz de trabalhar em tudo o que já armazenei, enfim...

Infelizmente é assim que funciona, pelo menos comigo, não posso me dar o luxo de pensar no que irei escrever e simplesmente deixar para depois, principalmente porque “penso” para vários projetos que estão em andamento ao mesmo tempo, como já foi mencionado recentemente em outro post aqui no blogue, e, além dos livros, penso também nos textos para os outros blogues, criação de contos, prosas poéticas, poesias, algumas crônicas sobre o comportamento humano no quotidiano, e tantas outras coisas ligadas à literatura.

Semana passada minha criatividade estava bastante acentuada, e sempre que estou assim, a melhor hora para escrever, deixar-me levar pelos convidativos braços da Inspiração, é quando estou deitado sem conseguir dormir por causa do incessante bombardeio de ideias na cabeça.

Estava precisando compor uma nova poesia, para um concurso, e há tempos desejava elaborar um soneto, então, enquanto a cabeça fervilhava de ideias numa incessante busca de sinônimos e versos para construir as sílabas poéticas necessárias, levantei-me a uma da manhã e desci até a sala com o notebook para trabalhar nas “fundações” do soneto. Levou dois dias para ficar concluído, e posso dizer que todo o trabalho valeu à pena.

Outros exemplos de textos produzidos durante a madrugada, foram os recentes “A Brisa e o Dente-de-leão” e “Até que a morte separe”, ambos publicados no Sussurros da Alma; no primeiro, fiquei trabalhando de 01h30 às 03h30, e mesmo depois de o ter concluído, não consegui “desligar” a cabeça e só fui desmaiar de sono lá pelas 5h; o segundo texto, levou mais tempo, tanto para eu decidir render-me ao labor quanto para concluí-lo, comecei a escrevê-lo às 02h30 e fui até às 06h, com o dia já clareando.

Nos dois casos as revisões dos detalhes ocorreram na tarde seguinte, ainda cansado das produtivas madrugadas. Inspiração não tem me dado trégua ultimamente, e, com isso, entrego-me à noite para permitir fluir as palavras e organizá-las no computador. Fico muito satisfeito com os resultados, com a produção, mas o cansaço tem sido cada vez maior.

Saudações literárias!
Laaf

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