quinta-feira, 15 de abril de 2010

Nos bastidores de Horizontes

Escrever um livro, normalmente, vai muito além de se sentar diante de um computador e construir suas páginas. Requer maior envolvimento e comprometimento do autor com sua obra. É preciso somar às informações genéricas já obtidas diariamente, outras mais específicas e inerentes ao trabalho proposto e que somente são encontradas quando saímos a campo. E, quando digo sair a campo, não estou me referindo a alternar de aplicativo e fazer centenas de buscas no Google, estou me referindo a sair a campo no sentido literal.

O projeto Horizontes foi e está sendo um trabalho dos mais intensos e cansativos. Digo foi porque a trilogia está, de fato, praticamente concluída, restando fazer apenas a revisão do último volume, e, está sendo, porque a trilogia é apenas o ponto de partida do projeto; a série que vem a seguir continua sedenta de informações que precisam ser colhidas em variadas fontes físicas.

Para a trilogia, foram necessárias diversas visitas e entrevistas que visavam enriquecer o trabalho tanto no sentido de proporcionar verossimilhança com o mundo real em que vivemos quanto no de oferecer ao leitor um resultado que fosse merecedor do tempo e atenção que ele doará.

Cada visita agendada contou com um roteiro de elementos que precisavam ser desvendados, um roteiro de perguntas que precisavam ser feitas a pessoas suficientemente competentes nos assuntos que precisavam ser esmiuçados, estudados e aprendidos. Às vezes, nestes processos, a quantidade de informações colhidas era enorme, e nem sempre o conteúdo era todo aproveitado. Faz parte do meu processo de criação do livro obter a maior quantidade possível de informações, mesmo que depois não sejam usadas.

Entre os locais visitados, excluindo as delegacias de polícia, tive enorme prazer em conhecer o Sheraton Hotel na Barra da Tijuca, o fantástico restaurante Terral, ao lado do lounge do mesmo hotel, e, além disso, fiquei imensamente surpreso pelo carinho e tempo que o dr. Sérgio Ripper, da Clivet Recreio, dedicou a mim, esclarecendo cada ponto do meu roteiro de entrevista que imaginei necessário para criar o dia-a-dia de Ana Clara e Clarisse na Pet’s Health.

Tive vontade de visitar um ou dois presídios, mas confesso que a certa altura das pesquisas no tocante ao lado criminal da história, já não contava com o devido ânimo para tanto, e, neste quesito em particular, as buscas limitaram-se ao material impresso em revistas, livros, jornais e documentários televisivos. Além disso, como noutra época tive a oportunidade de conhecer o setor carcerário da Polinter (como visitante), acredito ter conseguido juntar informações suficientes para o que eu necessitava na ocasião.

Para a série Horizontes em si, que será divida em quatro vertentes distintas, a primeira delas, abordando o meio acadêmico infantil e todos os potenciais riscos que ele proporciona às crianças, as pesquisas têm contribuído bastante para um inesperado abatimento pessoal. A necessidade de acompanhar atentamente as informações sobre os inúmeros crimes cometidos contra crianças e adolescentes, o acesso à quantidade absurda de ocorrências semanais, dos mais bestas aos mais hediondos crimes, e a absurda estatística, foram um verdadeiro choque.

O lançamento do primeiro volume, Horizontes – Revelações, que estava programado para abril deste ano, será efetivamente lançado em meados de novembro.

Saudações literárias!
Roberto Laaf

2 comentários:

  1. Olá Laaf, adorei saber um pouco como foi o processo de criação do seu livro. Me conta quando e onde será o lançamento que, se puder, estarei lá. Imagino com quais coisas você teve que se deparar ao mergulhar em tais assuntos, mas tenho certeza que o resultado final não seria o mesmo sem esse envolvimento. Parabéns.

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  2. Olá, Roberto
    Toda esta conversa sobre a criação de Horizontes, serviu para aguçar, ainda mais, o desejo de devorar a obra.
    Acho interessante quando o autor partilha com o público as diferentes fases da construção do livro.
    Cumprimento-o e agradeço por nos deixar conhecer um pouquinho desta "gestação".
    Saudações,
    I.

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