terça-feira, 27 de abril de 2010

Gêneros literários

Uma das coisas que mais me agradam em meu processo criativo é a flexibilidade de gêneros a que me permito. Gosto da sensação de liberdade para escrever sobre variados temas, épocas e situações, sem me prender a um trilho opressor que me obrigaria à mesmice.

Não obstante, como sou uma pessoa bastante metódica, limitei essa variedade de gêneros a um grupo de seis. Na verdade, a escolha do grupo de gêneros teve muito a ver com o gosto pessoal que adquiri ao longo dos anos por esses, digamos, diferentes mundos que poderiam ser explorados.

Alguns autores, seja por conta de seus contratos com editoras, ou por conta de sua preferência absoluta, dedicam-se exclusivamente a um gênero especifico. Há autores, por exemplo, especializados em romances sobrenaturais, e então só escrevem sobre isso, o que acaba se tornando uma forma de identificação com o público leitor por meio de seu trabalho.

Acho importante que o autor seja identificado de alguma forma por seus leitores, ou pelos leitores de uma forma geral, mas não vejo a necessidade de tal identificação ocorrer obrigatoriamente por meio de um gênero literário específico. Em meu caso, por exemplo, o que procuro deixar claro em meus trabalhos, independentemente do gênero, é a sensibilidade com a exposição dos sentimentos humanos e suas inter-relações.

Obviamente, eu poderia criar um pseudônimo diferente para cada gênero escolhido, aliás, isso é muito usado por vários autores aqui e lá fora. Mas neste ponto sou obrigado a confessar certo “narcisismo literário” de minha parte, e também que eu não saberia conviver com a existência de uma obra criada por mim que não fosse marcada com o Laaf.

Como exemplos recentes, poderia citar a obra “Aprendendo a seduzir”, da Meg Cabot, que na verdade foi assinada como Patrícia Cabot. É a mesma Cabot, claro, mas neste caso, parece que a ideia dela era diferenciar, pelo pseudônimo, o tipo de conteúdo voltado a outro público-alvo, mais adulto, e não o da “Meg Cabot”; há ainda a nova publicação de Sidney Sheldon: A Senhora do jogo, que na verdade foi criada pela autora Tilly Bagshawe. Sheldon morreu em 2007, mas a editora decidiu manter a linha de publicação no melhor estilo Sheldon, mantendo seu nome figurando como autor da obra. Acho que neste caso nem cabe o uso da palavra pseudônimo, porque o que Tilly na verdade está fazendo, em minha opinião, é um trabalho encapsulado de ghost writer, com concessão da família do falecido autor.

Enfim, de uma forma ou de outra, são situações que não fazem parte da minha realidade, primeiro porque não tenho público-alvo distinto, a não ser pela própria proposta contida em cada gênero, e depois porque nunca tive interesse em trabalhar como ghost writer, já que para realizar meus projetos literários precisarei viver cerca de duzentos anos.

Para finalizar o post sem deixá-los curiosos, listo a seguir os seis gêneros literários que servem de base para todos os projetos literários que tenho planejado:

- Drama contemporâneo
- Ficção Fantástica
- Ficção Científica
- Geopolítico
- Histórico
- Terror/ Sobrenatural

Posteriormente comentarei aqui no blogue sobre quais projetos, em cada gênero, estão em andamento e o que tenho planejado para o futuro.

Saudações literárias
Roberto Laaf

3 comentários:

  1. Olha, esse post me fez sentir tão melhor, rs. Ultimamente eu tenho tido muito interesse por literatura fantástica (aliás, sempre tive em termos de leitura, mas de uns tempos pra cá comecei a ter vontade de escrever dentro desse gênero). E meu estilo de escrita sempre foi mais pro lado da literatura introspectiva. Enfim, acabei entrando em um conflito interno, achando que tava sendo inconstante e que precisava escolher um lado, rs. Mas realmente, não precisamos escolher. :) Melhor assim, não? Com um espaço tão amplo pra criação... acho que seria um erro eu querer me limitar tanto por mera "obrigação" ou coisa do tipo. Enfim, adorei o post, Laaf.
    Beijos.
    May

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  2. Eu também não consigo me imaginar assinando um trabalho com outro nome. Mas em relação a Meg, achei necessário tal "separação". Os livros assinados por Patrícia são completamente censurados para o público adolescente. Por exemplo, eu faço questão de ter e passar as minhas filhas as séries "Mediadora", "1-800 Onde está você" "Ídolo teen" Agora, nem pensar dar nas mãos de uma iniciante a leitura fantástica o livro "Educando Caroline"
    Nada contra quem escreve romances "apimentados" mas é necessário um certo toque ao encontrarmos uma fonte de água, tanto doce quanto salgada.
    Abraço!

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  3. Oi, May,
    Fico contente que o post tenha lhe ajudado de alguma forma. Quanto aos gêneros literários, o importante é nos sentirmos confortáveis para usar nossa imaginação, definindo propostas que atendam nossas expectativas dentro da literatura. Seria mesmo um crime cercear nossa criatividade, não?
    Saudações!

    ---

    Oi, Nanda,
    É verdade, no caso da Meg, ela foi bastante feliz em ter optado por um pseudônimo para dividir seu público. Se fosse comigo, também teria feito a mesma coisa para não frustrar o público, já cativo, com uma proposta completamente diferente da que estavam acostumados.
    Saudações!

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