domingo, 15 de agosto de 2010

Ensaios para Sean Cotter

Protagonista de um dos projetos literários que estou desenvolvendo, intitulado “Confissões de um sedutor apaixonado”, o irlandês Sean Cotter será ponto de discórdia entre muitos leitores. Embora suas características predominantes sejam a sedução e a volubilidade, Cotter também é capaz de demonstrar uma sensibilidade apaixonante, grande a ponto de cativar boa parte dos leitores.

Os relatos de suas conquistas, no entanto, deixarão a todos perplexos diante de sua limitação para envolver-se profundamente com as mulheres que conquista, o que acaba obrigando-o a transformar um sentimento intenso em indiferença com a facilidade que alguém teria para estalar os dedos. A dúvida quanto a esta limitação ser fato ou apenas subterfúgio para mergulhar em novas aventuras amorosas, é o que alimentará com mais força os questionamentos de cada um.

O romance tem como elemento de tensão o motivo pelo qual Sean Cotter é levado a um cativeiro para confessar, sob tortura, a responsabilidade pelo suicídio de sua noiva, momentos depois de ele ter rompido seu compromisso de noivado. As situações vivenciadas por Cotter são reveladas aos poucos a seus algozes, irmãos da suicida, o que acaba trazendo inesperadas consequências à medida que as opiniões começam a divergir sobre o caráter do irlandês e seus relatos apaixonados.

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Muitas vezes, enquanto estou trabalhando em meus projetos, mantenho a mente aberta a tudo o que ocorre ao meu redor, selecionando situações e vivências alheias para possíveis adaptações em meus trabalhos; outras tantas vezes, porém, concentro-me em certos trechos da história e começo a imaginar como estes devem ser elaborados, desde o cenário mais adequado a cada passagem até os diálogos e o comportamento dos personagens envolvidos. Quando isto ocorre, eu preciso registrar todas as propostas imaginadas para que nada seja esquecido, e, então, vou criando os “ensaios” para a obra.

Os trechos ou frases que chamo de ensaios nada mais são do que inspiração bruta, nacos de carvão que ainda precisam ser polidos até que sejam transformados em pequenos diamantes. Em geral estes ensaios são posteriormente revisados e modificados por mim, e, depois de devidamente incorporados ao conjunto da obra, passam também pelo rigoroso crivo da minha revisora, copidesque e revisão de prova final.

Vou compartilhar alguns dos ensaios, já divulgados em meu mural no Skoob, referentes a diálogos de Sean Cotter durante seu tempo de cativeiro:

“Inveja... Jamais imaginei que seria capaz de ter este sentimento, mas sou obrigado a admitir que entre todas as coisas que mais desejo, o dom de incendiar de paixão um coração com a mesma intensidade com que o meu foi incendiado é a única que me pesa na alma não possuir.”

“É triste quando alguém deixa de ser amado pela pessoa que levou seu coração, mas eu lhe garanto, é ainda mais triste quando descobrimos não ter outro coração para perder durante a vida que nos resta.”

“A vida é uma festa onde só deveriam servir o vinho chamado amor; sinto-me assim: um jarro do vinho mais suave, espatifando-se no chão sem ter sido provado, bem antes de a festa ter-se acabado.”

“Não importa o tamanho das muralhas que imagina ter erguido em seu coração, não importa o quanto acredita estar imune ao capricho da paixão, e nem mesmo importa a quantidade de sofrimento com que o amor, um dia, lhe dilacerou a alma, porque enquanto sua vida não for tomada, será possível encontrar o portador da centelha necessária para incendiar e transformar em cinzas todas as barreiras que sonha lhe proteger.”

Previsão de conclusão desta obra, como já foi mencionado em outro post: final de 2011.

Saudações literárias!
Laaf

Um comentário:

  1. Esta obra parece escancarar despudoradamente os sentimentos humanos.
    É certo que espero, ansiosa, pela sua conclusão.
    Abraços

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