quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Anseio

Algo para começar...

Dê-me uma pena
e escreverei um romance;
dê-me um romance
e sonharei com um profundo amor;
dê-me este amor
e vivê-lo-ei eternamente.

Roberto Laaf

domingo, 15 de agosto de 2010

Ensaios para Sean Cotter

Protagonista de um dos projetos literários que estou desenvolvendo, intitulado “Confissões de um sedutor apaixonado”, o irlandês Sean Cotter será ponto de discórdia entre muitos leitores. Embora suas características predominantes sejam a sedução e a volubilidade, Cotter também é capaz de demonstrar uma sensibilidade apaixonante, grande a ponto de cativar boa parte dos leitores.

Os relatos de suas conquistas, no entanto, deixarão a todos perplexos diante de sua limitação para envolver-se profundamente com as mulheres que conquista, o que acaba obrigando-o a transformar um sentimento intenso em indiferença com a facilidade que alguém teria para estalar os dedos. A dúvida quanto a esta limitação ser fato ou apenas subterfúgio para mergulhar em novas aventuras amorosas, é o que alimentará com mais força os questionamentos de cada um.

O romance tem como elemento de tensão o motivo pelo qual Sean Cotter é levado a um cativeiro para confessar, sob tortura, a responsabilidade pelo suicídio de sua noiva, momentos depois de ele ter rompido seu compromisso de noivado. As situações vivenciadas por Cotter são reveladas aos poucos a seus algozes, irmãos da suicida, o que acaba trazendo inesperadas consequências à medida que as opiniões começam a divergir sobre o caráter do irlandês e seus relatos apaixonados.

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Muitas vezes, enquanto estou trabalhando em meus projetos, mantenho a mente aberta a tudo o que ocorre ao meu redor, selecionando situações e vivências alheias para possíveis adaptações em meus trabalhos; outras tantas vezes, porém, concentro-me em certos trechos da história e começo a imaginar como estes devem ser elaborados, desde o cenário mais adequado a cada passagem até os diálogos e o comportamento dos personagens envolvidos. Quando isto ocorre, eu preciso registrar todas as propostas imaginadas para que nada seja esquecido, e, então, vou criando os “ensaios” para a obra.

Os trechos ou frases que chamo de ensaios nada mais são do que inspiração bruta, nacos de carvão que ainda precisam ser polidos até que sejam transformados em pequenos diamantes. Em geral estes ensaios são posteriormente revisados e modificados por mim, e, depois de devidamente incorporados ao conjunto da obra, passam também pelo rigoroso crivo da minha revisora, copidesque e revisão de prova final.

Vou compartilhar alguns dos ensaios, já divulgados em meu mural no Skoob, referentes a diálogos de Sean Cotter durante seu tempo de cativeiro:

“Inveja... Jamais imaginei que seria capaz de ter este sentimento, mas sou obrigado a admitir que entre todas as coisas que mais desejo, o dom de incendiar de paixão um coração com a mesma intensidade com que o meu foi incendiado é a única que me pesa na alma não possuir.”

“É triste quando alguém deixa de ser amado pela pessoa que levou seu coração, mas eu lhe garanto, é ainda mais triste quando descobrimos não ter outro coração para perder durante a vida que nos resta.”

“A vida é uma festa onde só deveriam servir o vinho chamado amor; sinto-me assim: um jarro do vinho mais suave, espatifando-se no chão sem ter sido provado, bem antes de a festa ter-se acabado.”

“Não importa o tamanho das muralhas que imagina ter erguido em seu coração, não importa o quanto acredita estar imune ao capricho da paixão, e nem mesmo importa a quantidade de sofrimento com que o amor, um dia, lhe dilacerou a alma, porque enquanto sua vida não for tomada, será possível encontrar o portador da centelha necessária para incendiar e transformar em cinzas todas as barreiras que sonha lhe proteger.”

Previsão de conclusão desta obra, como já foi mencionado em outro post: final de 2011.

Saudações literárias!
Laaf

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A hora do labor

Escrever é uma atividade maravilhosa que eu normalmente não consigo realizar com a tranquilidade e o conforto desejados, e, preciso dizer, se eu fosse realmente esperar por isso, não teria produzido nem mesmo 1/5 de tudo o que já escrevi até hoje.

A hora que eu paro para escrever, claro, respeitando as limitações impostas por compromissos pessoais e profissionais que requerem a devida atenção, é qualquer hora do dia ou da noite, faça sol, chuva, frio ou calor, com ou sem inspiração, e independentemente do lugar em que estou.

O livro “Demetrius – Um coração grego”, por exemplo, teve grande parte de seu conteúdo escrito, num primeiro momento, em um PDA. Não importava onde eu estivesse, quando as ideias começavam a fervilhar, eu pegava o aparelho e começava a escrever nele sem parar; podia estar em uma condução, no shopping, na hora do almoço, enfim, era tudo registrado ali para depois ser aprimorado e revisado no computador.

Outro recurso a que tenho recorrido é o gravador de voz, item importantíssimo que anda sempre comigo para que eu possa registrar detalhes que me vêm à cabeça ao longo do dia. Quando estou em algum local público, muito movimentado, dou um jeito de encontrar um canto mais sossegado para fazer minha anotação de voz.

Particularmente, prefiro usar o PDA, porque depois a transferência das ideias já em texto é uma grande mão na roda. Não obstante, sinto-me mais confortável mantendo o gravador sempre por perto.

Justiça seja feita, o gravador de voz vem sendo mais usado em minhas raríssimas caminhadas pela praia: caminhar, pensar, refletir e gravar. É, na praia o PDA não tem vez... Hoje em dia eu já tenho tantas anotações de voz que suspeito não ser capaz de trabalhar em tudo o que já armazenei, enfim...

Infelizmente é assim que funciona, pelo menos comigo, não posso me dar o luxo de pensar no que irei escrever e simplesmente deixar para depois, principalmente porque “penso” para vários projetos que estão em andamento ao mesmo tempo, como já foi mencionado recentemente em outro post aqui no blogue, e, além dos livros, penso também nos textos para os outros blogues, criação de contos, prosas poéticas, poesias, algumas crônicas sobre o comportamento humano no quotidiano, e tantas outras coisas ligadas à literatura.

Semana passada minha criatividade estava bastante acentuada, e sempre que estou assim, a melhor hora para escrever, deixar-me levar pelos convidativos braços da Inspiração, é quando estou deitado sem conseguir dormir por causa do incessante bombardeio de ideias na cabeça.

Estava precisando compor uma nova poesia, para um concurso, e há tempos desejava elaborar um soneto, então, enquanto a cabeça fervilhava de ideias numa incessante busca de sinônimos e versos para construir as sílabas poéticas necessárias, levantei-me a uma da manhã e desci até a sala com o notebook para trabalhar nas “fundações” do soneto. Levou dois dias para ficar concluído, e posso dizer que todo o trabalho valeu à pena.

Outros exemplos de textos produzidos durante a madrugada, foram os recentes “A Brisa e o Dente-de-leão” e “Até que a morte separe”, ambos publicados no Sussurros da Alma; no primeiro, fiquei trabalhando de 01h30 às 03h30, e mesmo depois de o ter concluído, não consegui “desligar” a cabeça e só fui desmaiar de sono lá pelas 5h; o segundo texto, levou mais tempo, tanto para eu decidir render-me ao labor quanto para concluí-lo, comecei a escrevê-lo às 02h30 e fui até às 06h, com o dia já clareando.

Nos dois casos as revisões dos detalhes ocorreram na tarde seguinte, ainda cansado das produtivas madrugadas. Inspiração não tem me dado trégua ultimamente, e, com isso, entrego-me à noite para permitir fluir as palavras e organizá-las no computador. Fico muito satisfeito com os resultados, com a produção, mas o cansaço tem sido cada vez maior.

Saudações literárias!
Laaf

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