segunda-feira, 24 de maio de 2010

SkoobersRJ – O primeiro ano

Há pouco mais de um ano, o mundo seguia seu curso, acelerado, oferecendo diariamente milhares de novidades enquanto levávamos nossas vidas, de certa forma, alheios ao turbilhão de apelos que exigiam nossa atenção. Éramos, então, apenas leitores comuns, acostumados a comentar nossas leituras com um grupo limitado de pessoas.

E, naquela época, entre tantas novidades, surgiu o Skoob, a rede social voltada à literatura que em algum momento conquistaria nossa atenção e teria influência direta em nossas vidas; e, de forma surpreendente, para alguns mais cedo, para outros, um pouco mais tarde, modificou a forma como buscávamos informações sobre os livros publicados e ofereceu-nos a possibilidade de relacionamento com uma inacreditável quantidade de leitores espalhados pelo mundo.

A maioria dos leitores, acostumada a ouvir que em nosso país o governo não favorece a literatura, e que o próprio povo, por motivos diversos, não demonstra interesse ou mesmo a possibilidade de mergulhar no extraordinário universo literário, encantou-se ao descobrir por meio do Skoob que, mesmo diante de todas as dificuldades, ainda existe milhares de pessoas lendo e desejando conversar sobre suas leituras.

A surpresa e o fascínio iniciais foi o nosso primeiro presente dado pelo Skoob: deixávamos de ser apenas leitores comuns para ingressar em um novo tempo. Sentimo-nos felizes, empolgados, queríamos ler ainda mais à medida que descobríamos novos títulos, estantes das mais variadas e amizades literárias encantadoras. Evoluímos para novas formas de leitores: comprometidos, pertinazes, compulsivos.

A avidez por leitura, contudo, não foi a única característica em comum encontrada entre os leitores que se tornaram amigos por meio do Skoob, havia algo mais: a ansiedade pelo contato físico com aqueles cuja afinidade dera-se virtualmente. E, contradizendo os tempos de distanciamento que o mundo vive, não demorou a surgir a ideia de reunir os leitores formando um novo grupo de amigos, em que cada um teria a oportunidade de expandir seu próprio círculo de amizades, enriquecendo, desta forma, sua vida pessoal.

Foi assim que deixamos de ser leitores de qualquer espécie e nos tornamos skoobers, o mais completo de todos os leitores. Skoober é o leitor que transcende as páginas que lê, leva-as com sua visão a outro leitor; compartilha de bom grado suas impressões, seus livros; dispõe de seu tempo para, ao reunir-se com outros skoobers, criar felicidade; solidariza-se diante das dificuldades do próximo em momentos de dor; acredita fazer parte de algo único!

Parabéns Skoobers, pelo seu primeiro ano de vida!

O momento é oportuno para também felicitarmos um dos responsáveis pela germinação de toda essa vida, o criador da arte chamada Skoob: Lindenberg.

Quanto mais difícil de ser trabalhada a matéria-prima, mais encantador será o resultado da arte, e a maior parte da matéria-prima para a realização do Skoob é uma das mais difíceis de se trabalhar: o ser humano. Em geral, eternamente insatisfeito, exigente, instável, e diverso.

A maior conquista de um artista, não é criar, mas testemunhar a aceitação de sua criação. E, hoje, pode-se dizer que a criação de nosso querido Lindenberg foi aceita de duas formas distintas: virtualmente, com mais de 160.000 leitores cadastrados, e fisicamente, não apenas pelo marco que está sendo nosso primeiro ano de encontro como skoobers, mas pela certeza de que devido ao Skoob, outros encontros como este, em maior ou menor número, estão sendo organizados em muitos outros pontos do país.

Parabéns, Lindenberg, pelo seu aniversário, e também por sua maravilhosa criação que trouxe mais calor às nossas vidas!

ADENDO:
Com o intuito de reparar uma falta grave, faço questão de registrar aqui algo importante que não foi incluído no texto acima por negligência minha, mas deve ser lembrado por todos os skoobers: a importância da Viviane Lordello, que, além de ter participado do processo de criação do Skoob, vem sendo aquela que lhe fornece a energia necessária para manter acesa sua chama.

Parabéns a você também, Vivi, pela incrível habilidade de insuflar magia ao Skoob com sua incansável dedicação e carinho.

Roberto Laaf

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sonhos

A realização de um sonho jamais deve ser entendida como um ponto de chegada, nem tampouco um ponto de encontro com a felicidade, porque ela nada mais é, em verdade, que um belvedere de onde é possível contemplar, com a alma leve, tudo o que foi realizado até aquele momento; um descanso breve, que não tarda a ser interrompido por anseios de novos sonhos a conquistar.

Roberto Laaf

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Projetos em andamento

Há alguns dias prometi comentar aqui sobre os projetos literários que estão em andamento, então este post servirá para expor todos os projetos com os quais estou envolvido. A ideia é permitir que meus amigos e leitores possam conhecer o que está por vir e, de certa forma, justificar o porquê de eu permanecer tão ausente em alguns momentos.

Como a maioria deve saber, estou envolvido com o planejamento de publicação do livro “Horizontes – Revelações”, e este tem sido o trabalho mais difícil ultimamente. Desde que o livro ficou pronto e revisado, venho trabalhando bastante em todos os detalhes do seu lançamento.

Apesar de ser algo importante, não é sobre o lançamento de Horizontes que desejo comentar, pois este projeto já está bem encaminhado e somente o incluí aqui porque é algo que ainda consome bastante o meu tempo. Provavelmente eu aborde, no futuro, e com bastantes detalhes, como foi todo o processo de Horizontes. Agora meu desejo é comentar sobre os textos que estão em desenvolvimento.

Ao todo tenho seis projetos em andamento, ou melhor, oito projetos, sendo que dois destes projetos são bem atípicos e têm certo teor biográfico. Irei ordená-los por volume de texto criado, ou seja, daqueles que estão mais próximos de sua finalização para aqueles que ainda estão sendo trabalhados em suas fundações.

Virgo – Sobreviventes do apocalipse
A saga épica de ficção fantástica, que foi iniciada com o volume “A era dos homens” e teve minha intervenção praticamente ao longo de uma década e meia, chega ao seu último volume. Por várias razões segurei a publicação do segundo volume, “O crepúsculo dos elfos”, e continuo segurando, mas pretendo que este incômodo acabe até o final deste ano, quando terei os três volumes concluídos.

Gotas escassas
Suspense/ drama policial acerca do contrabando de sangue e seus desdobramentos na vida de um detetive novato, que se vê às voltas com a difícil tarefa de desvendar um mistério que tem fortes indícios de questões sobrenaturais. Contudo, tais indícios não são compartilhados pelas impressões de seu superior e nem tampouco pelas de sua parceira nas investigações.

A saga do escritor
Este projeto visa expor alguns pontos interessantes pelos quais todo autor iniciante passa em sua caminhada literária, tendo como diferencial uma abordagem isenta de floreios, dando ênfase, sobretudo, às faces mais feias e dolorosas do processo; tem o intuito de esclarecer e alertar sobre os obstáculos mais comuns que o iniciante encontrará pela frente. Mas não é só isso, neste trabalho, aproveitei para incluir ao final de cada capítulo a minha própria experiência, permitindo, assim, que o leitor encontre exemplos práticos de tudo o que é abordado no livro.
A motivação para escrever este livro surgiu a partir da enorme quantidade de questionamentos que recebi ao longo dos últimos dez anos e continuo recebendo. Imaginei que esta seria a melhor forma de reunir um material interessante para distribuir entre os companheiros da literatura.

Arcolades – O princípio do fim
Ficção científica que aborda a humanidade sobre uma ótica completamente distinta, tanto no tocante à sua organização sócio-política quanto em seu conceito de liberdade. Uma espécie de crise reversa, em que o conceito de ser humano, embora emerso de algo que hoje seria considerado utópico, deixa de lado sua essência em nome da sobrevivência da espécie.

Sou um menino triste – 30 anos depois
Este é, provavelmente, o único projeto que não será publicado ou distribuído, pois se trata de um trabalho particular: é o resgate do primeiro livro que escrevi, quando então tinha apenas 12 anos de idade. Estou incluindo diversas observações com a visão que tenho do mundo nos dias de hoje, trinta anos depois de tê-lo escrito. Diria que é a primeira parte de um trabalho biográfico mais longo, e nem mesmo sei se um dia este trabalho, quando estiver completo, será divulgado entre todos os meus amigos e leitores. Por enquanto, não quero desperdiçar o momento, a memória ainda fresca, e, além disso, tem sido gratificante trabalhar um pouco neste projeto a cada semana.

Confissões de um sedutor apaixonado
Romance/drama que traz o irlandês Sean Cotter ao seu Juízo Final particular, vendo-se obrigado a confessar suas histórias de amor e paixão sob coerção de uma pessoa cruel que pretende tirar a limpo e, com as próprias mãos, vingar o suicídio da irmã. Os desdobramentos do drama, no entanto, levam a uma situação em que o amor apaixonado é colocado à prova na mais inesperada das circunstâncias.

Um vampiro só meu
Bom, este livro é ao mesmo tempo um pedido e um desafio. As pessoas mais próximas sabem que não sou de aceitar sugestões, não só por conta da enorme quantidade de projetos que já estão aguardando minha dedicação, mas também pela dificuldade de personalizar um trabalho a fim de agradar a apenas um leitor. No entanto, quando a proposta foi lançada, senti-me verdadeiramente tentado a escrever este romance. O pedido veio de uma fã especial, que sempre acompanhou e admirou meu trabalho, e, devo admitir, ela soube manipular meu ego.

Horizontes – Prova de fogo
Primeiro conto/episódio da série Horizontes, que tem sua origem protagonizada por Ana Clara na trilogia “Revelações”, “Vocação” e “Processo seletivo”. Ainda não sei exatamente como farei com os dez episódios que compõem a primeira temporada, se os coloco em um único livro ou se os mantenho em brochuras separadas; tenho também a opção de lançá-los apenas em meio digital, mas ainda não decidi.

Haja fôlego! O meu objetivo é chegar ao final do ano que vem com tudo isso concluído, mesmo diante das dificuldades, que são enormes, sobretudo nas que dizem respeito a tempo. Enfim, gostaria muito de conseguir, mas não posso prometer que os projetos citados ficarão prontos até lá.

Saudações literárias!
Roberto Laaf

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Amor impossível

Viver com a impossibilidade de se realizar um amor é como caminhar solitário pelo deserto, ansiando com angústia a água que saciará nossa sede, entrementes, sem a menor esperança de encontrá-la. E, esta busca, na maioria das vezes, parece-nos inglória.

Imaginar o quão doloroso pode se tornar tal experiência leva-me a questionar a capacidade de suportá-la evitando que nos deixe profundas marcas na alma. Mas, apesar de todo o sofrimento causado por essa dor, penso que só haverá verdadeiro respeito pelo amor dentro do coração se o mantivermos batendo forte e incansável.

Eu disse que a busca “parece” inglória, porque acredito que por mais difícil, improvável e irrealizável que um amor possa parecer, enquanto vivermos, ele será potencialmente viável.

Não importa a quantidade de obstáculos no caminho, sempre existirão atalhos; não importa que pessoas se manifestem contra, pois a força de um amor genuíno é capaz de superar multidões; e, mesmo quando a própria pessoa amada é contra, não imagino satisfação maior do que aquela que será sentida quando chegar o dia de sua redenção.

Pode ser que não se viva o amor plenamente, com os anseios que consomem quem ama, a cada sonho de ter a pessoa amada mais próxima de si, mas, de certa forma, em porções incompletas, já o estaríamos vivendo a cada manhã, a cada suspiro e em cada eco do coração. E, por mais paradoxal que seja esse amor, ele não poderia estar mais protegido fora dessa absurda circunstância.

E, assim, protegido, que ele seja semente que se renova a cada dia na difícil caminhada longe da pessoa amada, e nunca, jamais, a dose de veneno que nos definharia e roubaria para sempre: o coração, a alma e a vida.

Roberto Laaf

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Crimes literários

Crimes literários

De dois crimes sou acusado por alguns dos meus leitores: matar bons personagens e escrever romances para mulheres. Bem, quanto ao primeiro crime, sou obrigado a admitir que a morte de personagens em meus romances é algo que está intrinsecamente ligado ao meu desejo de propor, sempre, o maior grau possível de similaridade com o que ocorre na vida real, seja no que diz respeito à imprevisibilidade inerente à própria vida, seja no sentido de estimular fortes emoções em meus leitores. Quanto a escrever exclusivamente para mulheres, garanto que nunca tive essa intenção.

Meu desejo mais sincero, como romancista, sempre foi o de levar aos leitores histórias cativantes que pudessem mexer com suas emoções. E, se de alguma forma é preciso definir para quem escrevo, eu diria que escrevo para pessoas sensíveis, tanto homens quanto mulheres capazes de captar diferentes tons de lilás em uma orquídea parcialmente sombreada, e não apenas dizer que a orquídea é lilás.

Acredito que as preocupações de cada autor sejam distintas, e que cada um tenha suas intenções bem definidas quando escrevem para seus leitores. Por exemplo, posso imaginar James Rollins criando consecutivas passagens com explosões, tiroteios épicos e incríveis escapadas de seus personagens, Stephen King em suas intrigantes criações de consumir o fôlego a cada capítulo lido, ou ainda, Anne Rice construindo seus vampiros com tanta propriedade que parecem mesmo existir; a minha, é expor o comportamento humano diante das variações de sentimentos a que estamos sujeitos.

Mas, voltando ao crime do qual admito ser culpado, gostaria de dizer em minha defesa que ao menos cada um dos personagens criados recebe todo o meu cuidado e carinho durante sua construção, principalmente aqueles que terão uma curta existência nas histórias.

Já vivi situações interessantes por conta da morte de um personagem ou outro, como leitor que teve spoiler em primeira mão e queria até fazer campanha para que certo personagem não morresse no livro seguinte, ou leitor querendo “me matar”, faço votos que no sentido figurado, porque certo personagem morreu na história.

Não há nada mais gratificante em meu trabalho de criar histórias do que perceber as reações do leitor, saber que mexi com seus sentimentos, que os fiz refletir de alguma forma por conta de uma passagem ou outra que teve o peso certo para envolvê-los.

Bem, para finalizar o assunto “morte de personagens”, preciso revelar que também já teve leitor pedindo por isso, inclusive, com bastante desejo: “Por que não mata aquele desgraçado de uma vez?”. E olha que nem estou me referindo a vilões!

Não obstante, esses personagens que se contrapõem àqueles que conquistam a simpatia dos leitores, são os mais difíceis de matar, porque embora causem certo ódio à maioria, acreditem, também são admirados por um grupo considerável.

Saudações literárias!
Roberto Laaf

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Processo criativo

O texto a seguir foi recentemente compartilhado com os leitores e seguidores dos blogues da Lela e Sueli Aduan. No entanto, como se trata de algo bem pertinente à minha proposta aqui, resolvi compartilhá-lo com meus próprios leitores e seguidores.

Acho fundamental que um escritor saiba dar contornos às suas inspirações para que possa conduzir de forma coerente, até o leitor, aquilo que deseja expressar, seja por meio de longas narrativas novelísticas, contos curtos ou somente na beleza de contundentes poemas. Nem sempre as inspirações são transformadas em ótimos trabalhos literários, isso, em minha opinião, depende não somente da capacidade do autor em si, mas, também, de seu momento emocional quando se lança ao trabalho.

Comigo, a inspiração ocorre basicamente de forma espontânea, mas já aprendi a estimular meu interior para que ela venha à tona quando preciso, em uma espécie de evocação de informações que se combinam a sentimentos, muitas vezes, armazenados em locais de difícil acesso em minha alma. A partir daí, a mente fervilha de ideias que precisam fluir e são jorradas com a força de uma represa que acaba de ruir, inundando, seja o papel, seja o gravador eletrônico, com todas aquelas frases, palavras e descrições de imagens que vão se atropelando à medida que são formadas dentro da cabeça.

Uma vez que tudo esteja diante de mim, para que eu possa trabalhar a “argamassa da escultura” e combinar as “tintas da pintura”, começo a, como costumam dizer, lapidar meu carvão literário em forma de textos até transformá-lo em um possível diamante.

Daí para frente ainda entram outros processos: revisão, análise, copidesque, leitura crítica, enfim, várias etapas até chegar ao final, mas a essência da transformação ocorre mesmo é nos primeiros momentos após a inspiração, e não durante a própria.

No que diz respeito aos romances longos, uso uma metodologia de construção que sempre me pareceu confortável, que é a de montar o “esqueleto” da obra que pretendo propor. Entro no processo criativo e vou imaginando os momentos fortes da narrativa, praticamente separando-os como tópicos de cada capítulo, até que eu tenha toda uma linha-base, digamos assim, do livro que surgirá. É claro, e já pude comprovar isso em todos os livros que escrevi, que de forma alguma esse esqueleto se transforma em minúsculos grilhões que me aprisionem à ideia inicial, porque é natural que as histórias evoluam, ganhem vida e implorem por mudanças que são rapidamente inseridas e então o esqueleto é ajustado.

Atualmente não consigo imaginar outra forma de trabalhar os romances longos. Sinto-me tão seguro com essa metodologia que, no primeiro volume da trilogia Horizontes, cheguei a escrever os dois capítulos finais do livro antes mesmo de escrever seu prólogo. Depois segui o esqueleto, claro, com um ajuste aqui e outro ali, fazendo o encaixe necessário quando cheguei aos últimos capítulos.

Saudações literárias!
Roberto Laaf

sábado, 1 de maio de 2010

O som da humanidade

A humanidade é sonora, uma ínfima parcela é melodia, todo o resto, ruído. Cabe a cada um refletir sobre si e decidir se quer tomar parte na melodia ou somar-se ao ruído.

Roberto Laaf
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