quarta-feira, 31 de março de 2010

Crítica e comportamento

Gostaria de comentar sobre o comportamento das pessoas, mais especificamente dos novos autores, diante das resenhas e críticas que recebem sobre seus livros. Tenho acompanhado com certa tristeza o quão afoitos alguns desses novos autores se entregam a verdadeiras cruzadas para defender seus trabalhos, ora contestando as críticas, ora acreditando-se o pivô de uma conspiração para destruir sua carreira literária, enfim, deixam temporariamente de lado sua natureza criativa para gastar tempo num entrevero sem fim.

Por que eu digo que há certa tristeza nisso? Bem, em primeiro lugar, porque são atitudes que denigrem a imagem dos novos autores nacionais, não condizem com a postura elegante de aceitar as críticas sem fazer estardalhaço, sempre por conta de achá-las agressivas ou com eufemismos insuficientes que pudessem atenuar as impressões desagradáveis nelas contidas; depois, porque atitudes assim acabam minando não só a cordialidade dos leitores, mas também sua paciência.

Sinceramente, acredito não haver nada melhor do que uma boa crítica sobre os trabalhos literários que um autor desenvolve. Seja um conto, romance, crônica ou poesia, o fato de um autor ter acesso às impressões de seus leitores deveria ser a melhor de todas as recompensas que poderiam esperar por seus trabalhos; identificar as reações e emoções dos leitores em cada resenha é um prazer incrível.

Obviamente, não é agradável encontrar críticas ou resenhas com ofensas, impropérios e até mesmo esforço por parte de um leitor com o claro objetivo de atingir tão somente seu autor, em vez de contribuir de forma sensata para a opinião geral sobre o trabalho que leu. Mas nem mesmo diante disso, e independentemente da motivação que tenha levado o leitor a tal extremo, o autor deveria perder seu foco na literatura.

Críticas surgem de várias formas e por motivações diversas. Elas podem surgir a partir do desejo sincero de orientar os próximos leitores, de dar um parecer honesto sobre a leitura feita, ou até mesmo de colaborar com o aprimoramento do autor, e, para isso, cada leitor encontrará seu caminho, de acordo com sua capacidade de se expressar.

Ao autor, cabe “digerir” cada crítica ou resenha, procurando separar com sabedoria tudo aquilo que pode contribuir com seu aprimoramento daquilo que é apenas ruído e não merece consideração. Sim, pode haver situações em que uma resenha, ou parte dela, não contribua para o aprimoramento de seu trabalho. Neste caso, ela deve ser deixada em paz.

A postura de um autor diante da crítica, em minha opinião, é algo importantíssimo em seu relacionamento com os leitores. Costumo dizer aos meus amigos que não importa como a crítica venha, acredito que devemos estar preparados para receber tanto as flores quanto as pedras, sempre abstraindo o que de melhor houver em cada uma.

Quando alguém faz uma crítica dura demais, repleta de impropérios, denunciando o desejo exacerbado de ofender o autor, ainda assim é possível extrair algo que possa ser usado como elemento modificador para um trabalho futuro. E, é neste ponto, somente neste ponto, que o autor deve deter-se.

Lamuriar-se porque uma crítica foi dura demais, independentemente de ter sido construída de forma elegante ou vulgar, não acrescentará em nada para o aprimoramento do trabalho literário do autor.

Eu acredito que o tempo precisa ser constantemente otimizado, já o sentimos tão curto ultimamente, tão insuficiente... Penso que ele precisa ser usado pelo autor na dedicação aos seus projetos literários, amigos e família.

Para encerrar, faço questão de deixar claro que a maioria das colocações que fiz neste texto são percepções de uma vida mais saudável e produtiva para o autor; elas constituem apenas o meu ponto de vista sobre o tema, não devendo, portanto, ser consideradas um conjunto de regras sobre a postura ideal diante das críticas. Cada autor deve buscar o que é melhor para si, seja por meio de suas próprias experiências ou no espelhamento em outros autores que lhe inspirem confiança suficiente para ser considerado um modelo a seguir.

Saudações literárias!

quinta-feira, 25 de março de 2010

A morte de um amor

A morte de um amor não deixa espaço para o luxo dos serviços funerários, para um último e emocionado tributo que pudesse ser celebrado à altura da intensidade com a qual viveu, e nem mesmo para um velório onde se possa prantear um corpo, ainda presente, antes de ser devolvido ao seio da terra, como quando morre alguém; não, não há qualquer tipo de funeral, não há corpo físico, e não há terra para recebê-lo, há somente seu espírito que se parte e aos poucos parte, como névoa se dissipando lentamente em direção a lugar algum, dando lugar a uma inexistência que leva parte de nossa alma.

terça-feira, 16 de março de 2010

Jornada

Quando uma jornada se torna demasiadamente longa, é possível que os objetivos originais se percam durante a caminhada. A trajetória, outrora planejada com tanto entusiasmo, já não recebe sequer a sombra da linha que está sendo traçada.

Em algum momento, por conta de motivos diversos, comecei a questionar se as coisas que estão acontecendo ao meu redor são realmente aquelas que deveriam preencher meus dias, e, ainda mais importante, se condizem com meu plano original de vida; se a linha que estou traçando sobrepõe, de fato, a da trajetória planejada.

Os questionamentos resultaram em surpreendentes revelações que, não apontaram apenas o quanto os objetivos estavam distorcidos, deixaram claro que a rota estava incorreta há tempos.

Por isso, este ano de 2010 precisa ser, para mim, um ano de morte e renascimento: morte de tudo aquilo que já não faz mais sentido, de todas aquelas coisas que não podem mais afetar positivamente minha existência ou mesmo causar-lhe os efeitos esperados; renascimento, para redescobrir o prazer de ser e escrever, e, para isso, este renascimento precisa ser completo, focado em tudo aquilo que realmente traga sentido de mudança.

Quando digo que o renascimento precisa ser completo, estou, mesmo, querendo dizer em todos os sentidos, com todos os elementos que fazem parte da minha jornada. Embora os inter-relacionamentos possam não ser exatamente claros, há, sem sombra de dúvida, uma interferência constante tanto no processo criativo quanto no tempo dedicado ao teclado para a criação de meus trabalhos literários.

No que diz respeito à literatura propriamente dita, será necessário selecionar os projetos que tenham verdadeira importância e descartar todos aqueles que, em razão da indisponibilidade de tempo para viabilizá-los, apenas contribuem para ampliar minha ansiedade, angústia e sensação de incapacidade diante do todo.

Em minha jornada, agora estou no acostamento, olhando a longa estrada que deixei para trás e refletindo sobre os trechos percorridos, sobretudo, questionando o quanto de mim ainda resta para seguir adiante, mas com propósito, e não apenas como um autômato que já não se dá conta da infertilidade das próprias causas.

Esse período de “acostamento” requer algo mais que apenas tempo de afastamento para pensar, requer reflexões profundas e também o minucioso exame de cada detalhe que me cause real incômodo ou apenas estranheza.

E, foi esse, então, o principal motivo para eu ter colocado a palavra “AFASTADO” em todos os canais virtuais dos quais faço parte. Precisei de algum tempo para entender, ou melhor, descobrir, não somente se a jornada deveria continuar, mas também como e em que termos isso deverá ocorrer daqui por diante.

Queridos amigos e leitores, lamento ter ficado ausente por algum tempo, mas isso foi realmente necessário. Aos poucos irei retirar os avisos de afastado e logo, logo estarei interagindo como antes.

Saudações!


segunda-feira, 8 de março de 2010

Boas-vindas!

Caríssimo leitor,

Seja muito bem-vindo ao meu blog!

Por um bom tempo fiquei pensando em usar este blog como espaço adicional ao meu website, de forma que pudesse oferecer uma visão mais aprofundada tanto de meus trabalhos literários quanto de meu envolvimento com o mundo editorial.

Depois de muito refletir sobre o assunto, ponderando sobre as inúmeras possibilidades que a ferramenta proporciona, finalmente decidi como o usarei. Não é meu desejo deixar este espaço tumultuado, então, todas as postagens serão classificadas em 6 grupos de marcadores:

Laaf
Este marcador representará tudo o que está ligado a mim da forma mais individual possível, abordando as variações de meu humor e estado de espírito, meus planos para o futuro, lembranças, gostos atuais, atitudes diante de situações críticas ou inesperadas e atividades em geral, desde que sejam interessantes.

Livros
O marcador livros indicará as postagens relacionadas ao meu trabalho literário, mas não se limitando a livros, abordará também o grupo de contos, tanto os curtos quanto os longos. Os textos, em geral, discorrerão sobre propostas narrativas, gêneros, ambientações, personagens e outros elementos literários.

Eventos
Postagens sobre eventos literários ou outros eventos sociais, sobretudo aqueles dos quais eu tenha alguma participação, serão sempre encontrados neste marcador. Serão comentários sobre o que ocorreu durante os eventos, seja por meio de críticas, elogios ou apenas impressões gerais; havendo oportunidade, também relacionarei alguma imagem dos eventos comentados.

Realces
Pequenas frases e citações, trechos de narrativa ou de diálogos dos meus livros, contos ou poemas; trechos de mensagens, enfim, tudo o que for de minha autoria e, em minha opinião, merecer ser realçado, será compartilhado neste marcador.

Crônicas
Como não gostaria de deixar meus leitores totalmente órfãos quanto às postagens do antigo Sussurros da Alma, resolvi manter um marcador para crônicas. Contudo, não serão postagens acerca de sentimentos, mas textos para reflexões a partir de artigos diversos sobre curiosidades do mundo literário.

Imagens
Como não poderia deixar de ser, e, para deixar o blog com uma aparência mais pessoal, incluí um marcador para imagens. Pretendo relacionar a este marcador todas as fotos que porventura eu ache interessante compartilhar.

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Bom, estes foram os 6 marcadores que imaginei para fazer deste blog uma extensão informal do meu website, com o intuito de criar uma interatividade mais amigável com meus leitores e seguidores. Acredito que com esta proposta conseguirei aproximá-los um pouco mais de mim, e que cada um, ao seu modo, conseguirá conhecer o ser humano por trás das diferentes criações literárias que ofereço.

Agradeço a visita e o interesse em meu trabalho literário.

Cordialmente,
Roberto Laaf

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